Guaíra se Prepara para a Tradição da Romaria à Capela do Pindoba

Cultura - Terça-feira, 07 de Janeiro de 2025


Guaíra se Prepara para a Tradição da Romaria à Capela do Pindoba

Guaíra se Prepara para a Tradição da Romaria à Capela do Pindoba

Guaíra já vive o clima de devoção para a tradicional Romaria à Capela do Pindoba, evento que acontece no dia 20 de janeiro, dia de São Sebastião, padroeiro do município. A caminhada, marcada por expressões de união comunitária, terá início às 4 horas da manhã, com saída da sede do Clube Kain Kan.

A peregrinação, com um percurso de aproximadamente 18 quilômetros, culminará em uma missa celebrada pelo padre Edisson Pátaro, da Paróquia de São Sebastião, às 8 horas, na capela dedicada ao Escravo Pindoba, localizada na fazenda de mesmo nome.

O evento, organizado há muitos anos pelo comerciante Orlandinho Gutierrez, conta com amplo suporte da Prefeitura de Guaíra, que mobiliza diversas secretarias e departamentos para garantir a segurança e o bem-estar dos romeiros.

A Prefeitura oferece suporte logístico e infraestrutura, incluindo ambulância, ônibus para o retorno dos participantes, equipes da Guarda Municipal, tendas, sistema de som e bancos no local. A mobilização envolve setores como Cultura, Secretaria de Agricultura, Departamento de Estradas Rurais e Limpeza Pública, todos coordenados pela Diretoria de Cultura, Turismo, Esportes e Lazer.

A diretora de Cultura, Deise Garcia da Silva, reuniu-se nesta segunda-feira, dia 6, com o organizador Orlandinho Gutierrez, o chefe do Departamento de Turismo, Tarcísio José de Sousa Rodrigues, e o chefe do Departamento de Esportes, Rodrigo Lawrence Alves, para alinhar os últimos detalhes da organização.

A Romaria à Capela do Pindoba é uma celebração que une moradores e visitantes em um momento de espiritualidade e tradição. A jornada promove a integração entre diferentes setores da cidade, reforçando o papel da fé como elemento de coesão social.

História

Segundo a tradição local, Pindoba foi um escravo injustamente acusado de furto pelo patrão da fazenda onde trabalhava, situada na região que hoje corresponde ao município de Morro Agudo, em um episódio que teria ocorrido provavelmente em meados do século XIX. Como punição, ele foi enterrado vivo com a cabeça para fora, em um ato de crueldade que marcou a história da região.

Naquela época, a estrada vicinal Guerino Talarico, conhecida como estrada do Guaritá, era a única rota para quem seguia em direção ao estado de Minas Gerais. Inicialmente, a pena de Pindoba seria o exílio em Minas Gerais, mas, ao chegar às proximidades de onde ele seria sepultado, os jagunços encarregados do castigo decidiram enterrá-lo ali mesmo, poucos quilômetros antes do destino final.

A tortura foi ainda mais cruel: Pindoba foi deixado próximo a pratos de comida que não podia alcançar e exposto a picadas de insetos, atraídos pelo melado espalhado em seu rosto. Essas condições levaram à sua morte, transformando-o em um símbolo de sofrimento e resistência.

Desde então, os moradores de Guaíra, conhecedores dessa história, realizam caminhadas até o local onde Pindoba teria sido martirizado. No local, foi construída uma capela em sua memória, perpetuando sua trajetória como parte do patrimônio cultural e histórico da região.

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Guaíra